Do Mundo...

Pois é, o Governo Francês aprovou ontem a proibição total de usar burka em espaços públicos. Depois de tanta polémica, lá conseguiram voltar a condenar o mundo islâmico, uma prova em como nós os brancos não somos nada xenófobos.

É certo e sabido que temos uma aversão a este povo e um pavor de sermos alvo de atentados. Por outro lado condenamos uma cultura fundamentalista, que oprime as mulheres e as obriga a andar completamente tapadas, muitas delas sem acesso à escolaridade, sem poderem ter determinados privilégios que nós, as mulheres ocidentais, consideramos banalidades, como tirar a carta ou sermos trabalhadoras e gozarmos dos mesmos direitos que os homens.

Mas se pararmos para pensar um pouco, vemos que muitas delas não só aceitam a sua "condição de submissão" (como nós os ocidentais lhe chamamos), como também lutam pela defesa dessa sua cultura e religião. Se elas se sentem bem assim, por que temos nós de intrometer-nos? As pessoas teimam em querer interpretar a cultura islâmica à luz dos conceitos do mundo ocidental. E esquecem-se que todos nós somos produto do nosso meio, da nossa circunstância. A nossa forma de agir e pensar é condicionada pelo meio onde nos inserimos, pelas tradições e costumes das pessoas com as quais contactamos no nosso quotidiano.

Então porquê proibir uma mulher de usar burka? Têm medo que seja um talibã travesti?! Que por baixo da vestimenta, traga um cinto de ligas cheio de explosivos?!

Pela ordem das coisas, então, todas nós teríamos de usar burka sempre que visitássemos um país islâmico, e não é isso que acontece na maioria deles. Ok, há países como o Irão e a Arábia Saudita em que isso constitui condição obrigatória, e agora com o que a França acaba de fazer até acho bem. Em Roma, sê Romano - já dizia o ditado. Mas também há países, menos fundamentalistas, em que nós mulheres não necessitamos de usar burka ou o lenço na cabeça. Simplesmente, devemos ter o cuidado de não andar demasiado descascadas!!

Por isso, meus amigos, acho que fazemos dramas onde eles não existem. Se não tivessemos o hábito estúpido de interpretar as outras culturas à luz da nossa, talvez estes conflitozinhos mesquinhos não existissem. A cultura muçulmana é muito rica e a religião, se formos a ver, prega praticamente os mesmos ideiais que os nossos, com algumas excepções é claro.

E depois, há os fundamentalistas, é claro. Mas não nos estamos a esquecer que até nós os Ocidentais e maioritariamente cristãos, temos o nosso próprio fundamentalismo? Uma Igreja que condena o uso do preservativo, mesmo em nos países do continente africano onde a taxa de HIV é assustadora... isso é o quê?? Eu chamo-lhe fundamentalismo!! E já nem falo da Santa Inquisição... que matou e queimou brutalmente tantos inocentes. E esses pobres coitados, certamente não tinham virgens à sua espera!!

Quanto a mim, adoro os muçulmanos.

São pessoas de palavra, não precisam de um contrato escrito para nada, pois a honra e o compromisso falado, valem tudo. São hospitaleiros, e as mulheres são afáveis e muito carinhosas. Os homens adoram negociar e regatear, por vezes são mais rudes e têm alguma agressividade no que toca ao negócio, mas isso é óptimo pois o que eles sentem, demonstram-no e nós sabemos exactamente o que pensam, sem precisar ler entrelinhas!! Mas isto é apenas a minha opinião, vale o que vale.

[Recordo-me da última vez que estive em Argel: eu a querer fazer um ponto de situação com a secretária do nosso agente, e a menina não parava de se levantar para me ir buscar café e doces!! Doces de amêndoa mas... mesmo doces... terrivelmente doces!! E logo eu que não sou nada adepta de doçaria. Lá tive que meter os bolinhos na boca e discretamente, engolir sem mastigar!!]