(Ok, o carro é engraçadinho ...os sapatos são brutais!!!)
[Pelo andar da coisa, ainda acabo em cima da scooter mas calçada com estilo!!]
[Domestic Catastrophie by Volvom]
Pois bem, esta semana cruzei-me com uma "Velha do Restelo". Estava eu muito bem a fazer as compras no supermercado com a minha mãezinha e cruzo-me com uma antiga amiga de escola, na altura uma das minhas melhores. Não a via há imenso tempo, mas sabia que havia largado a escola para trabalhar (na altura ter dinheiro e ser independente era bem mais fashion que andar a ser sustentada pelos pais e não poder fazer vida de gente grande!) e passado um ano estava casada.
Conversa puxa conversa, diz-me ela que já era mãe de um puto de 3 anos e que a vida lhe corria muito bem. Pergunta por mim e como está a minha vida.
Resposta da *XS*: Olha está o máximo, do mais ou menos, trabalho, passeio e lazer e afins. (Também não ia entrar em pormenores, pouco ou nada o nosso estilo de vida se identifica e se eu lhe explicasse que casar e ter filhos não é uma prioridade, ela bem era capaz de me chamar herege!!)
Virou-se para mim e aprofunda: Mas ainda não te casaste?! Olha que não tarda ficas para tia!!
Wowwwww!!! Mas o qué qué isto dear lord?!?!
Excusado será dizer que fiquei boquiaberta e sem reacção possível! Senti-me como se fosse uma velha gorda enrugada, a morar numa casa cheia de gatos e a empanturrar-me com fritos e doces à frente da TV!!
Pelo amor da santa!! Como é possível haver gente que censura quem não se casa? Se bem que aqui há uns meses, estava eu a fazer uma entrevista a uma potencial colaboradora da empresa e pergunto-lhe quais as perspectivas dela a médio-longo prazo? Ao que me responde: Casar e Ter Filhos. Ok, isso não seria condenável se fosse uma mulher madura, com alguma experiência no mercado de trabalho... mas era uma menina de 20 anos!!
Eu sei que nem todas as mulheres têm os mesmos objectivos de vida, é um facto. Mas faz-me confusão quando muitas delas se realizam apenas com casamento e filhos. É claro que essa é uma parte que a grande maioria deseja alcançar (até eu!), mas será que se sentem completas dessa forma? Será que não algo mais além do horizonte?
Pior que isso, só mesmo quando estas condenam quando outra mulher não se casa cedo, ou não tem filhos ou sequer pura e simplesmente não deseja esse tipo de projectos para si mesma. Não é o fim do mundo... e nem por isso uma pessoa (Homem ou Mulher) deixa de ser completa ou feliz.
O importante é que cada uma de nós se sinta bem na vida que leva, mas quanto a mim, o ideal (chamem-lhe utopia se quiserem) é uma realização pessoal/familiar e profissional, onde haja tempo para dedicar a todos esses aspectos e sem grandes conflitos entre eles.
Bom, não há palavras...
Depois de uns dez ou doze anos a ouvir esta banda, vejo a evolução que sofreram, os temas deixaram de focar os adolescentes na puberdade, a revolta da juventude e as paixonites... e concentraram-se, com a mesma rebeldia que lhes é característica, em temas maduros e actuais, basta-nos recordar a polémica do "American Idiot", uma verdade que tantos pensam e tão poucos assumem.
Este último álbum é um retrato do nosso século sem sombra de dúvida, das polémicas mundiais, da crise, da guerra, dos problemas socias e tráz-nos a força de lutar... a garra de (sobre)viver. Aproveitar cada momento como se não houvesse amanhã.
Prova de tudo isso foram as imagens projectadas ao longo do concerto, um excelente trabalho devo dizer!
Confesso que ia com receio... sabem, aquele receio de ver os nossos ídolos e de ver que afinal são passam de um produto de marketing, concebidos para facturar e pouco mais. Bom, não sou inocente ao ponto de acreditar que nada disso importa, mas o que quero dizer é que aquilo que vi correspondeu na perfeição ao que sempre imaginei... posso dizer que este foi e será um dos concertos da minha vida. Não pela dimensão do grupo, mas pelo sentimento de reviver a minha juventude rebelde, as minhas tardes no quarto a maldizer professores e pais, a sofrer por amores platónicos, ou pelas decisões que havia de tomar... parecendo que não, mesmo quando se é jovem, a pressão é muita.
Hoje olho para trás e sei que essa miúda cresceu, não usa mais as mãos cheias de anéis pretos, deixou as Doc Martens, o cabelo está comprido, os sapatos já são de salto e a responsabilidade outra mas a essência rebelde, a força de viver e ultrapassar todos os obstáculos... essas são as mesmas. Tenho saudades desse tempo.
Bem, mas chega de lamechices, deixo-vos umas fotos para se roerem de inveja!!
[28.09.2009... LEGENDARY!!)
