Hoje sei porque nos damos tão bem. Porque ambos temos uma natureza rebelde, boémia e de luxúria. Ambos somos insatisfeitos natos e não dizemos não a um desafio. Ambos nos conhecemos a nós mesmos e gostamos de testar e superar os nossos limites. No nosso sangue corre aquele calor latino e a mesma adrenalina da perseguição, da caça furtiva do que quer que seja que nos faça sentir vivos e alerta.
Mas ambos procuramos que o outro prato equilibre a balança. Ambos procuramos a nossa zona de conforto e o nosso porto de abrigo. Ambos procuramos alguém que nos faça sentir normais, que nos dê estabilidade e nos faça apreciar as coisas simples da vida. Que nos faça chegar ao fim do dia e sentirmos que agora sim, agora o mundo pode parar. Agora sim, agora podemos entregar-nos nos braços de quem nos faz sentir o coração quente, em que o simples gesto de nos prender o cabelo com as suas mãos, nos olhar com carinho, ternura e nos beijar docemente, coroa o nosso dia.
Sim, eu sei. Isto não é fácil entender. A minha cabeça tem demasiados labirintos, muitos dos quais eu desconheço, muitos outros em que eu ainda me perco e outros tantos, poucos diria, para os quais eu já encontrei a saída.
É bom ter um amigo assim. Na mesma medida em que o é igualmente perigoso.
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