Eu pensava que era diferente de ti. Eu digo sempre que não vou ser como tu. Mas eu sou exactamente igualzinha a ti. Aquela tua convicção de que tudo o que pensas e fazes é que está bem, de que se eu penso ou faço diferente de ti, é porque estou errada e tenho de seguir os teus conselhos pois são os correctos. Fico tão fula com a tua inflexibilidade, com a tua forma de me venceres pelo cansaço só porque eu não quero comprar mais uma briga ou porque te não quero magoar com a minha visão das coisas.
Ontem, caí na real e ao ver que praticamente obriguei o paizinho a vestir "aquela" camisa só porque era a que eu achava que lhe ficava melhor, independentemente de ele preferir uma outra. Caiu-me a ficha finalmente quando ele disse que nós duas tinhamos sempre de fazer o que queriamos e nunca respeitávamos a opinião dos outros. Pensava que era diferente de ti, e no entanto, todas as nossas divergências não se devem a outra coisa senão ao facto de sermos iguais no que toca à nossa forma de fazer com que os outros façam o que queremos.
Nâo quero ser assim. Não podemos ser assim. Tenho medo de ficar ainda mais assim.
Mas eu sou um bocado assim:
"Eu não acho que tenho sempre razão. Também escuto a opinião dos outros. É sempre bom escutar o lado errado das coisas."
2 comentários:
Qualquer conduta humana não é certa nem errada, embora se possa pensar como certa ou errada. Apenas é. E é só isso que precisa de ser. ;)
Patife,
Uma coisa é saber isso, outra é lidar com opiniões erradas. E eu, quase sempre, lido com opiniões erradas.
Shame on me. :)
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