[Acho que hoje... nem acordei assim tão besta.]
sexta-feira, 25 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Aquele Homem...
Não são os homens bonitos que me deslumbram. Os que têm corpos de deuses gregos, raramente representam desafio intelectual. Também não sou assim tão cínica para dizer que a beleza está só no interior da pessoa, no seu bom coração e na sua devoção a Cristo. Por outro lado, tenho uma aptidão estúpida para testar os limites das pessoas e como Pavlov, tenho o gosto maldoso em saber quais serão as reacções da pessoa consoante as minhas atitudes. Homens com fraca auto-estima, por exemplo, se me vêem como muro das lamentações, eu faço o meu papel de boa samaritana. Se ainda assim as lamentações persistem, eu não me controlo e digo logo que não tenho paciência para choradeira, normalmente acaba mesmo em choradeira, não a minha. A minha intolerância à fraqueza é diminuta, inexistente praticamente. Homens com excesso de auto-estima, se normalmente for de índole física, deitam-se abaixo facilmente. É perguntar-lhes se gostaram do "Admirável Mundo Novo" de Kafka, eles dizerem que sim e desviarem a conversa para o Chelsea VS Bayern do último fim de semana [aquela rotação de cabeça do Drogba foi qualquer coisa], e a conversa morrer no União de Leiria que qualquer dia é um clube satélite do Marinhense. Homens presunçosos, dão-me fastio. Dão-me fastio porque normalmente a presunção não passa de uma degeneração da vaidade, do excesso de gajas ocas tipo borboletas à volta de uma lâmpada que normalmente já está praticamente fundida, já deu o que tinha a dar.
Aquilo que me deixa realmente insegura, não não é saber onde e com quem é que ele estava quando não me atendeu o telefone. Aquilo que realmente me deixa mesmo mesmo insegura, é aquele tipo de homem. O homem que, sem nos ridicularizar ou menosprezar, nos ensina aquilo que sabe. Aquilo que dita a sua experiência de vida. Que sem perder a compostura, nos desanca como se não passássemos de uma criança a fazer uma birra por um chupa-chupa. Aquele tipo de homem que nos mostra quão insolentes somos quando achamos que sabemos tudo. Que nos faz tremer só em pensar que vamos estar com ele e temos medo de não nos sabermos comportar como uma Mulher deve saber. Aquele homem que nos ignora e faz questão de mostrá-lo quando temos aquelas atitudezinhas de gaja insegura que para se sentir melhor, escolhe uma outra a quem menosprezar. Aquele tipo de homem que também nos faz sentir uma mulher de verdade quando, old fashioned [não acho mas há quem ache], nos abre a porta para passarmos, nos elogia não o rabo ou as pernas, mas sim aquele cliente que tanto nos custou a ganhar ou a nossa capacidade de reconhecermos o quão errada estava a nossa atitude de que é fácil uma mulher reunir com um homem saudita. Aquele homem que, sem fazer jogo de manipulação, nos leva quase sem darmos por ela, a fazermos o que ele realmente quer. Aquele homem que sabe exactamente degustar e afirmar que "sim, é este o vinho", e saber realmente que é aquele, o vinho. Aquele homem que tem humor, não um humor palhaço mas um humor inteligente, elegante. Aquele homem que nos dá colo e logo o seu abraço faz com que esqueçamos tudo o resto. Aquele homem que nos estimula o crescimento pessoal e profissional, que faz com que queiramos amanhã ser melhores do que fomos hoje. Aquele homem para quem olhamos e dizemos, eu quero estar ao teu nível, não por ti, mas porque vejo em ti um exemplo do que eu poderei atingir também. Aquele homem que sabe reconhecer que errou, que sabe que os nossos cinco minutos são meia hora e no entanto faz uma piada jucosa sobre a nossa capacidade de nem sempre conseguirmos ser pontuais. Que sabe que a nossa atitude de criança travessa jamais desaparecerá. Que fica radiante por nos ver dar toques numa bola qual maria-rapaz e nos deixa usar jeans rotas e largas, cabelo desgrenhado e um boné na cabeça, desde que enão seja no jantar de gala da empresa. Aquele homem que sabe que eu amo de paixão Green Day e não pede para eu mudar para algo menos grunge. Este, é o tipo de homem que me assusta, que me deixa insegura com medo de não estar à sua altura e de parecer sempre uma miúda sem argumentos, sem capacidade de refutar. A pior coisa que pode acontecer-me é eu ter de dizer "Sim, tens razão", sem um simples argumento, só porque aquele homem, me intimida.
São raros, mas existem. Algures.
domingo, 20 de maio de 2012
Eu, Tal Como Tu.
Eu pensava que era diferente de ti. Eu digo sempre que não vou ser como tu. Mas eu sou exactamente igualzinha a ti. Aquela tua convicção de que tudo o que pensas e fazes é que está bem, de que se eu penso ou faço diferente de ti, é porque estou errada e tenho de seguir os teus conselhos pois são os correctos. Fico tão fula com a tua inflexibilidade, com a tua forma de me venceres pelo cansaço só porque eu não quero comprar mais uma briga ou porque te não quero magoar com a minha visão das coisas.
Ontem, caí na real e ao ver que praticamente obriguei o paizinho a vestir "aquela" camisa só porque era a que eu achava que lhe ficava melhor, independentemente de ele preferir uma outra. Caiu-me a ficha finalmente quando ele disse que nós duas tinhamos sempre de fazer o que queriamos e nunca respeitávamos a opinião dos outros. Pensava que era diferente de ti, e no entanto, todas as nossas divergências não se devem a outra coisa senão ao facto de sermos iguais no que toca à nossa forma de fazer com que os outros façam o que queremos.
Nâo quero ser assim. Não podemos ser assim. Tenho medo de ficar ainda mais assim.
Mas eu sou um bocado assim:
"Eu não acho que tenho sempre razão. Também escuto a opinião dos outros. É sempre bom escutar o lado errado das coisas."
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