O passado coloca-se para trás das costas, não vale sequer a pena sofrer ou pensar que se tivessemos feito de outra forma, as coisas hoje seriam diferentes. É passado. É perder tempo pensar nisso.
A única utilidade que vejo no passado, são as lições adquiridas das experiências que tivemos, boas ou más, elas fizeram-nos crescer, subir mais um degrau na escada do conhecimento.
Não adianta tentarmos viver esse passado e pensar que hoje as coisas vão ser diferentes. Podem até sê-lo, mas não quer dizer que sejam necessariamente melhores.
Vi o meu namorado da adolescência este fim de semana. Parecia uma borboleta a voar à luz de uma lâmpada. Acho que o encadeei. Também acho que sou modesta, mas isso não interessa para nada. Esforçou-se por me fazer os mais variados elogios, por dizer que me admirava pela minha forma de ser e por eu ser sempre a dona do meu nariz, por dizer que continuo bonita e que o tempo não passa por mim. Olhei-o sempre com um sorriso largo, afinal de contas ele foi talvez a minha primeira paixão assolapada. Continua giro e divertidíssimo, continua ele. E ele, em tempos, partiu-me o coração. Apesar disso, sempre fomos excelentes amigos, apesar de não nos vermos muitas vezes. Amigos, é isso.
E por isso, fugi-lhe da mão quando ele pediu que ficasse. Fugi sem sequer lhe dizer um adeus ou lhe beijar a face. Não valia a pena a nostalgia ou talvez, dado o adiantado da hora, tivesse medo que a carruagem linda se transformasse em abóbora. Não sei. Não me arrependo. É PASSADO.
[A *C* ainda me questionou porque o deixei solto no mercado. Não o deixei solto, ele fugiu. Fugiu quando se dedicou a ser objecto de concursos públicos.]
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