Enferma, moribunda, ranhosa, tuberculosa. Assim estava ela a sucumbir no leito. Ao longe ouviu um barulho que achou estranho, ele nunca se levantava cedo ao Sábado e eram umas oito e meia da manhã. Pensou delirar ou, em permanecendo plena das suas raras faculdades mentais, colocou a hipótese de que seria um dia de castigo e ele tivesse de levantar cedo o cú da cama para ir trabalhar (quantas vezes ela não o fazia, poderia ser muito bem a primeira vez dele, pena era ela estar à beira da morte com o seu corpo a julgar ter sido atropelado por uma manada de camiões e não poder gozar com ele um bocadinho).
Eis senão que, passados alguns momentos ela ouve o telemóvel dar sinal de mensagem. Pensou delirar mais uma vez quando a leu. Voltou a lê-la. Verificou se estava febril. Sentiu o pulso. Ainda viva.
Para seu espanto (bastante até), ele convidava-a para ir ver a sua nova morada. Sim, o seu pequeno Aço... o seu Picachuzinho... estava finalmente a fazer-se um homem. Ela sabia-o há muito, mas ela nunca pensou que esse dia chegasse tão breve. Sendo ele o menino da mamã que é, julgava que tinham mais tempo para se insultarem debaixo do mesmo tecto.
[Orgulhosa. Muito mesmo. Mas... como raio vai ele jogar campeonatos de "PES" e ainda ter tempo para cozinhar o jantar, ou aspirar o chão, ou limpar o pó quando a sua mais-que-tudo lho pedir?]
1 comentário:
picachuzinho?
deves poupar bastante em energia eléctrica...
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