Há uns anos atrás, comentado a rebeldia esquizofrénica dos filhos (que roçava os contornos da violência e anunciava o aparecimento de mais dois delinquentes na sociedade), uma prima minha rematou com a seguinte frase:
"Bater-lhes? Castigá-los? Para quê? Se já passo tão pouco tempo com eles... não vou castigá-los ainda mais."
Na altura achei estranha aquela observação. Hoje, o comportamento de ALGUMAS crianças e jovens não é mais que um produto desta mesma forma de encarar a vida e os filhos. Queremos ter filhos? Sim, queremos! Mas queremos ter tempo para eles? Isso já é uma outra história... que nos leva ao facto de os pais acabarem por proteger os filhos e defendê-los, mesmo quando eles estão errados, uma forma que se encontrou talvez para compensá-los pela ausência constante a que os pais cada vez mais os habituam.
Recordo-me que, na minha primeira semana de escola, com seis anos... levei as minhas primeiras reguadas. Não, eu não era uma garota rebelde ou má... mas tive a infelicidade de falar na altura errada com o colega do lado e, sem mais demoras... levei com uma data de reguadas nas mãos!
Nem ai nem ui... mas é claro que cheguei a casa e contei à mãe.
Se fosse hoje (e uma outra mãe qualquer, que a minha nunca foi de passar a mão na cabeça da menina), no instante seguinte tinhamos a Senhora Professora a receber uma visita dos pais, a ser insultada e, com um pouco de sorte, esmurrada.
Mas não, na altura, lembro-me que a minha mãe ainda me deu outra descasca (não que ela concordásse com o método da professora, como mais tarde o revelou, mas ainda assim nunca desfez ou desautorizou a Senhora à minha frente). No entanto, para surpresa minha, no dia seguinte, a professora pediu-me desculpa pelas reguadas e, embora sendo eu uma garota, reconheceu na minha frente que se havia precipitado.
Isso fez com que eu não desmotivasse logo no início da minha vida de estudante. Sim, porque eu acredito que, a forma como somos tratados e ensinados, pode condicionar o nosso futuro enquanto pessoas. Digam o que disserem, behaviour breeds behaviour.
Se fosse hoje (e uma outra mãe qualquer, que a minha nunca foi de passar a mão na cabeça da menina), no instante seguinte tinhamos a Senhora Professora a receber uma visita dos pais, a ser insultada e, com um pouco de sorte, esmurrada.
Mas não, na altura, lembro-me que a minha mãe ainda me deu outra descasca (não que ela concordásse com o método da professora, como mais tarde o revelou, mas ainda assim nunca desfez ou desautorizou a Senhora à minha frente). No entanto, para surpresa minha, no dia seguinte, a professora pediu-me desculpa pelas reguadas e, embora sendo eu uma garota, reconheceu na minha frente que se havia precipitado.
Isso fez com que eu não desmotivasse logo no início da minha vida de estudante. Sim, porque eu acredito que, a forma como somos tratados e ensinados, pode condicionar o nosso futuro enquanto pessoas. Digam o que disserem, behaviour breeds behaviour.
[Efeito bola de neve, não?]
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