segunda-feira, 7 de setembro de 2009

La Vie En Rose...

Dias que passo anestesiada, numa inércia emocional que não me permito aceitar. Dias que amanhecem com uma esperança e terminam com uma resignação.

Dias que luto contra mim mesma e contra todos os estereótipos que me obrigo a seguir… luta muda esta que travo. Luta inglória, luta minha… sem aliados, sem inimigos. Eu contra mim, eu a vencedora e eu a derrotada. Seja qual for a parte de mim que ganhe, acabo por perder no final.

A minha falta de coragem derrota-me, a minha impulsividade e rebeldia morre, desejo romper com o presente, esquecer que tenho um passado. Desejo a liberdade e, no entanto, não tenho a capacidade de empreender uma revolução. Quero gritar. Quero mais, desejo mais… quero dar cor à paleta da vida que hoje é preta e branca.

Mas a cor surge…

Com ela, vejo surgir um pequeno arco-íris no meio do cinza. Vejo mil e um tons a quererem irromper novamente… mas que teimo em ofuscar de preto. Teimo em ficar nas trevas, nesta minha existência tornada cómoda e receosa do julgamento e censura de outrem.

Temo a revolução.

Sonhos a vermelho e cor de rosa… num outro lugar, numa outra circunstância. Esperanças que não sei se me vou permitir ter. Convenço-me de que são efémeras ilusões e de que não existe… La Vie En Rose.



[Apetece-me beber Martini até cair para o lado e acordar nua numa gôndola em Veneza.]

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